2012 - Primeira Parte: O Calendário Maia



O Mundo vai acabar em 2012? Não, não vai. Bom pelo menos não tem nada agendado pra isso.

O mundo vai ficar mais maluco ainda em 2012, alguma mudança social ou cataclisma? Ah, com certeza.

Apesar de que essas coisas podem acontecer a qualquer momento dentro de nosso futuro imediato, o antigo calendário Maia é um poderoso argumento para que isso ocorra depois de 21 de Dezembro de 2012.

A Civilização Maia habitou a região entre México, Guatemala, El Salvador, Belize e Honduras, e floresceu entre o terceiro e décimo século D.C., mas em 1200 DC a sociedade deles já havia desaparecido. Quando os Conquistadores Espanhóis chegaram, ainda havia descendentes ocupando a área, e ainda falavam a linguagem Maia, mas não conheciam todas as cidades construídas por seus ancestrais.

Só no final do século 18 que exploradores investigaram a floresta tropical da Guatemala e encontraram praças, monolitos, templos e pirâmides, todas decoradas com hieroglifos. Os Maias usavam uma linguagem que misturava ideogramas e elementos fonéticos - era como interpretar uma poesia visual. Algumas dessas escrituras ainda existem em cartuchos (placas de pedra) e monumentos que recontam os eventos civis importantes e o conhecimento astronômico dos Maias.

Diego de Landa foi um monge espanhol que visitou o méxico em uma missão de caridade, transformando a região de Yucatán em província franciscana em 1561 e famoso por destruir vários artefatos e documentos Maias.

Apesar de ser muito interessado na cultura Maia, ele ficou horrorizado com certos aspectos dela, como sacrifício humano. Os Maias sacrificavam várias pessoas, todos os anos, por meses inteiros, entre jovens da própria cidade e pessoas de tribos indígenas. Quando encontrou uma caverna contendo estátuas maias sagradas e vários esqueletos de sacrifício e documentos, Landa ordenou a destruição de cinco mil estátuas. Ele decidiu que toda aquela cultura era trabalho do diabo e então queimou todos os documentos, com exceção de três que sobreviveram. Ou seja a maioria do conhecimento e história Maia se perdeu pra sempre.

Apesar desse ato de ignorância, Landa não foi tão inútil já que ele conseguiu fazer a primeira tradução do alfabeto fonético Maia, que ajudou a decifrar um terço dos hieroglifos.

O mais importante dos documentos que sobreviveram se chama Dresden Códex, com o nome da cidade aonde foi achado. É um livro estranho, escrito em hieroglifos, que ninguém entendia até 1880. Na época Ernst FØrstemann, um catedrático Alemão que trabalhava na biblioteca de Dresden, conseguiu decifrar o código do Calendário Maia permitindo que outros acadêmicos traduzissem outras inscrições em monumentos e artefatos.

Ele descobriu que o Códex continha conhecimentos de Astronomia, que criavam calendários mais apurados do que nosso calendário romano. Eles previam mudanças de estações, a rota dos planetas no sistema solar, os ciclos de Vênus e Marte, e vários fenômenos celestes que a nossa sociedade ainda desconhecia.

A maior parte da informação que temos hoje vêm do Popol Vuh e Chilam Balam - livros escritos pouco depois da chegada dos Espanhóis. O conhecimento decodificado nesses livros, unido ao das pirâmides e cartuchos, provou que os Maias possuíam um conhecimento que rivalizava o de Gregos e Egípcios.

A vida dos Maias era ao redor do conceito do tempo. Sarcedotes eram consultados em todos os assuntos civis, agriculturais e religiosos, e os conselhos deles vinha da leitura dos calendários sagrados. O tempo era tão importante que as crianças eram batizadas com nomes que faziam referência à data em que nasceram.

A matemática Maia, apesar de superavançada, só usava três símbolos - um sinal vazio para o zero, um ponto para o 1 e uma barra para 5 representando unidades de 0 até 19. Por exemplo, o número 13 era três pontos e duas barras. 3+10

Zero era um conceito muito avançado naquele tempo, tanto que os Romanos nem possuíam esse conceito. E os Maias ainda por cima o retratavam como um conceito de vazio, abstrato. Eles usavam cálculos métricos e numeração, e faziam monumentos imensos... sem nunca sequer terem usado a roda! O conceito de engrenagens e rodas era desconhecido deles!

Eles possuíam muitos calendários, e marcavam a passagem do tempo com três ciclos que corriam em paralelo.

O primeiro era conhecido como Tzolkin. Combinava números de 1 até 13 com uma sequência de 20 nomes para dias. Era como um calendário só para dias da semana. Então você poderia ter o 5° Chikchan (seria nosso Domingo dia 5) seguido pelo 6° Kimi (Segunda, dia 6). Só depois de 260 dias que as combinações se repetem, e se inicia um novo mês. O mês era tão longo porque era baseado no tempo de gestação de uma mulher. Então na verdade um mês eram nove meses no nosso calendário. Você podia passar de mês em outros aspectos, mas a semana ainda estava no mesmo mês.

O segundo é o calendário agrícola conhecido como Haab, ou ano vago. São 18 meses, cada um de 20 dias. A adição de um mês de 5 dias, um período de apreensão chamado de mês do azar, ou Uayeb, nos dá 365 dias, um ano. Esse calendário media as estações do ano, eventos solares que ocorriam em cada dia do ano. Então o Calendário agrícola não regia os dias da semana, mas as estações do ano, os dias da semana eram um aspecto separado da vida.

Esses dois calendários separados recomeçavam a cada 260 e 365 dias cada. Porém, a cada 52 anos eles terminavam no mesmo dia, e nesse período, os Maias se desesperavam esperando o fim do mundo. Nessa época, todas as fogueiras e tochas eram apagadas, mulheres grávidas eram enjauladas para o caso de parirem aberrações da natureza, crianças eram mantidas acordadas para que não morressem durante o sono, e todos se trancavam em suas casas. Caso os deuses decidissem dar mais 52 anos de vida para a civilização, haveria uma celebração à noite, na qual toda a população seguia o sarcedote na escuridão até o topo de um vulcão extinto. Lá, de olhos nas estrelas, eles esperavam a passagem das plêiades para o centro do céu, o que anunciava a continuação do mundo por mais 52 anos. Quando esse momento chegava, uma virgem ou um guerreiro capturado era sacrificado, se abrindo o peito dele e arrancando o coração ainda batendo. Então na cavidade aberta se acendia uma tocha, e com a chama dessa tocha se iluminava nomavente todas as tochas e fogueiras da cidade. Essa era a cerimônia da nova chama, e a passagem do ciclo de 52 anos era reconhecida por todos os outros povos mesoamericanos.

A sensação devia ser a mesma que muitos cristãos sentiram no final do último milênio ou seguidores do Apocalipse.

Os calendários Maias nem mesmo foram inventados por eles. Vieram dos seus antecessores, os Olmec, um povo de 3.000 anos atrás, que sem os instrumentos da Europa do século 16, já conseguiam calcular um ano solar em 365 dias, de forma mais acurada que os Europeus, e muito antes do calendário Gregoriano. Os Olmecs clamavam ter recebido esse conhecimento de uma civilização ainda mais antiga que eles.

O terceiro calendário Maia, era o 'longa contagem'. Ele começava a registrar eventos de 5.000 anos atrás. A contagem dele começou em 3.114 Antes de Cristo e foi herdado pelos Maias, pelos Olmecs e por outras culturas mais antigas. E ele termina em 21 de dezembro de 2012.

Uma data Maia é assim:

12.18.16.2.6, 3 Cimi 4 Zotz

4 Zotz (4 morcegos) a data agrícola do Haab.

3 Cimi é data da semana, Tzolki.

12.18.16.2.6 é o dia no longo calendário.

A unidade básica é o Kin (dia) que é o último componente do Longa Contagem. Da direita para esquerda, os componentes são:

  • unial........1 unial = 20 kin = 20 dias
  • tun..........1 tun = 18 unial = 360 dias = quase 1 ano
  • katun.......1 katun = 20 tun = 7,200 dias = quase 20 anos
  • baktun.....1 baktun = 20 katun = 144,000 dias = quase 394 anos.

A Longa Contagem é um grande ciclo de 13 baktuns (5.126 anos) e começou no dia 13 de Agosto de 3114 Antes de Cristo.

Na Mitologia Maia, cada ciclo é uma era do mundo na qual os Deuses tentavam aperfeiçoar a humanidade, com quatro mundos principais e três deuses máximos com vários outros deuses regendo cada era. O primeiro deus era o Deus Solar, que regia a civilização e os deuses, o segundo era o Deus Morcego Camazotz guardião do submundo e das almas e o terceiro era a Deusa da feminilidade e da vida e nascimento.

Segundo a mitologia Maia, a Primeira Era começou com a criação da Terra, e sua população de vegetação e animais. Mas, os animais eram desproporcionais e foram dizimados. Na Segunda e Terceira Era os deuses criaram os seres do barro e eles habitavam a terra e o mar, mas também precisaram ser destruídos. Na atual e Quarta Era, a Era Final, os deuses criaram o ser humano atual, na Era dos Terremotos e das Guerras. Será que essas Eras se referem à mudanças evolutivas? E se forem, o que poderá ocorrer na mudança dessa Era, que termina em 21 de Dezembro de 2012?


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2012 - Introdução


Aqui está uma idéia que vale a pena considerar:

Milhares de anos atrás seres humanos alcançaram um considerável nível de civilização. Eles entendiam algumas leis naturais que ainda são desconhecidas da nossa sociedade. Eles exploraram a Antártida quando o continente ainda era quente e mapearam o globo inteiro. Eles construíram monumentos que teríamos dificuldade de recriar com nossa tecnologia moderna e esses monumentos possuíam significados culturais desconhecidos para nós...

Então alguma coisa aconteceu. Eles não estavam esperando por isso. Algo tão inesperado que a maioria dos seres humanos não sobreviveu e muitas espécies animais se tornaram extintas. Os humanos que sobreviveram foram forçados a condições de vida completamente diferentes das que estavam acostumados e com o tempo, seus costumes e civilizações foram esquecidos por seus próprios descendentes. A sociedade recomeçou do zero, com vidas mais simples. Vagas lembranças de costumes antigos se tornaram ritos pagãos e cidades construídas ao redor de monumentos enigmáticos de um passado esquecido. Lendas do que aconteceu teriam surgido e tentativas de compreender o evento criaram formas de avisar as gerações futuras para se prepararem caso esse 'algo' ocorresse novamente. Para facilitar a transição feita da primeira vez de forma tão brusca e violenta. Porém esses avisos foram feitos de forma cultural, e para nosso entendimento moderno são tão ambíguos que podem possuir um vasto número de possibilidades.

Criamos calendários, marcamos o tempo, mas na verdade o tempo é uma abstração humana. Ele não existe, na natureza. Para a natureza só existe a constante transformação da matéria. O dia e a Noite são abstrações humanas que só existem do nosso ponto de vista. Se observasse a Terra do ponto de vista do Sol, por exemplo, nunca haveria dia ou noite, apenas um planeta girando em sua própria órbita, na vastidão escura e eterna do espaço.

Essas abstrações e valores culturais mudam constantemente, como a matéria, e por isso temos tanta dificuldade em compreendermos os conceitos dos povos antigos. Eu me irrito toda vez que um arqueólogo descobre um monumento e diz que ele tem 'significado religioso'... talvez daqui a um milhão de anos, quando encontrarem a Estátua da Liberdade pensem que era algum tipo de Deusa.

Nós estamos na beira de clonar humanos, pelo amor de Deus. Independente da ética e das leis, isso vai acontecer - pois sempre que cientistas têm a capacidade de fazer alguma coisa, eles não conseguem resistir - e já criamos a nanotecnologia. Já existem nano-robôs do tamanho de vírus capazes de se autoreproduzirem. Muitas coisas que antes eram consideradas ficção hoje são realidades, apenas não fazem parte do cotidiano do homem comum ainda. A bomba atômica um dia foi apenas uma conta em um pedaço de papel.

Porém, ainda existem mistérios não resolvidos. Enigmas que nossos cientistas não observaram em primeira mão e que escolheram não chutarem respostas. E as poucas respostas prováveis foram dadas por pesquisadores independentes, pseudo-cientistas destreinados, escritores com grande imaginação, os rebeldes. Apesar da maioria destas respostas serem erradas ou mescladas com superstição ou contexto cultural, alguns fundos de verdade foram apresentados.

O fato é: em algum momento da Terra, algo extraordinário aconteceu e mudou o rumo das civilizações mais de uma vez. Enquanto a ciência e a religião inventam respostas para tornarem o mundo seguro para o cidadão comum, monumentos antigos nos desafiam a ver que a verdade não é tão simples quanto a sociedade gostaria que fosse. A esfinge tem 5.000 ou 12.000 anos? Ocorreu um cataclisma global? O homem já viveu no oceano? Como que sociedades antigas separadas conseguiam moldar blocos gigantes de pedra e por quê todas construíram pirâmides e câmeras subterrâneas? Por quê homens e mulheres superdotados aparecem de tempos em tempos à frente de seu tempo para sofrerem com a incompreensão, e ao mesmo tempo guiar a humanidade? É engraçado como alguns pensadores são respeitados em algumas opiniões e não em outras. Einstein concordava com a inversão de pólos; Platão descreveu a existência de Atlântida; Darwin teorizou cataclismas globais.

A partir dessa introdução, vou apresentar uma série de artigos sobre evidências que a ciência ortodoxa escolheu ignorar, evidências que não se encaixam no mundo que eles querem. Também vou falar sobre todas as possibilidades de um futuro evento de grandes proporções, não apenas em 2012, mas em todo nosso futuro e também o por quê de 2012 ser tão importante, sobre monumentos construídos para nos avisar de algo importante, viagens no tempo, raios cósmicos e criaturas mitológicas, e um grande segredo chamado HiperContexto. Uma amiga uma vez me disse "você tem os argumentos mais absurdos, mas o pior é que eles fazem sentido". Então vamos tentar fazer com que tenham mais sentido, observando juntos as evidências.

Antes vou explicar rapidamente duas perguntas feitas de imediato pelas pessoas que ouvem falar de 2012:

  • Por quê todo mundo resolveu falar de 2012, e cada um fala uma coisa? Os Maias previram o fim do mundo?
Bom, a graaande maioria, tá querendo ganhar dinheiro em cima do movimento Nova Era mesmo. Também já vi um monte de besteira escrita por religiões e grupos esotéricos sobre 2012, e sobre as profecias maias. Parece que todo mundo quer puxar um pouco a sardinha pra si. Até tem gente que mistura com profecias bíblicas. Na verdade eu traduzi as profecias Maias originais, e se elas tiverem Seis linhas, é muito. Meu primeiro artigo da série vai ser justamente sobre elas, e vou mostrar a versão original em Quíchua, o qual me dei ao trabalho de aprender pra traduzir corretamente e ir mais profundamente nas lendas maias, mas vou mostrar agora a profecia original para que vejam como é pequena. Então poderão ver como tem gente por aí dizendo bobagem e acrescentando coisas que não existiam na versão original.

A grande maioria da literatura Maia se perdeu pra sempre, os Espanhóis queimaram tudo com exceção de 3 de seus 4 maiores livros, mas as famosas profecias Maias foram inscritas em monumentos e hieroglifos, ao lado do grande calendário Maia, e somente uma fala sobre 2012. Ela diz:

…há muito tempo atrás isso aconteceu, no dia do Oitavo Chuwen, o nono de Mak quando a Futura Grande Casa de Madeira foi construída. Ela era a casa subterrânea e templo do deus Ahkal K'uk'. Isso foi há 3x400 anos, antes do Trigésimo Bak'tun terminar, no final do Quarto Mundo. Isso vai acontecer novamente na descida de B'olon Yookte'...

Essa inscrição se encontra no Monumento Tartaruga 6 dos Maias, e pela contagem final do calendário deles, esses 12.000 anos terminariam em 21 de dezembro de 2012. O deus B'olon Tookte' tem vários significados, normalmente na forma de um avatar. Metade da inscrição está apagada então é impossível traduzir a história toda. Porém a inscrição dá indicação de que algum tipo de abrigo deveria ser construído novamente, no subterrâneo, até 2012. Da mesma forma que homens misteriosos ao longo da nossa história, que começaram suas vidas como cidadãos comuns mas suas idéias revolucionaram a sociedade anos depois são vistos como 'à frente de seu tempo', eles podiam ser vistos pelos Maias como avatares dos deuses tanto literalmente quanto metaforicamente. De qualquer forma o período dessas mudanças parece que ocorreria em momentos de grandes distúrbios sociais e globais, e esses abrigos ou templos eram construídos como forma de precaução. Os Maias acreditavam que quatro mundos ou eras haviam existido antes da nossa era atual, e que todas mudavam com a chegada de novas revoluções e ciclos sociais, catástrofes globais. Isso era representado pela imagem dos deuses recriando a humanidade do zero. Pode ser um significado tanto literal, quanto metafórico.

Então é bem óbvio que não se tratava do fim do mundo, mesmo que falassem de um cataclisma global, a Terra já viu muitos e não acabou. Talvez uma mudança radical, mas não o fim do mundo. Muitas profecias dos Maias eram bem mundanas, por exemplo: "Daqui a 137 anos, será o terceiro dia da semana, e o aniversário de 200 anos do nascimento de nosso rei."

A seguir, no próximo artigo, vamos entender melhor a cultura Maia, seus deuses e lendas.

Imagem do Texto: O famoso calendário Maia! É do tamanho de um LP...

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120 dias de Sodomia


Os 120 Dias de Sodomia, ou a Escola do Libertinismo (Les 120 journées de Sodome ou L'école du libertinage) é um conto escrito pelo nobre Francês Donatien Alphonse François, Marquês de Sade, em 1785. Conta a história de quatro homens ricos que resolvem ter a experiência suprema de liberdade em orgias. Para isso, eles se trancam em um castelo inacessível com um harém de 46 vítimas, a maioria adolescentes de ambos os sexos, e obrigam quatro cafetonas de bordel a contarem estórias de suas vidas. As narrativas das mulheres servem de inspiração para o abuso sexual e tortura das vítimas, que alcança um grau de intensidade até o assassinato de todas, com a exceção de uma que se perverte e se torna tão cruel quanto seus algozes.

Esse livro nunca foi publicado até o século 20. Recentemente foi traduzido para muitas línguas, incluindo Inglês, Japonês e Alemão. Devido aos temas de violência sexual e extrema crueldade, é considerado o trabalho mais repugnante, imoral e pervertido existente na literatura, e consequentemente banido de muitas bibliotecas.

Não gente o Blog ainda não virou um blog de pornografia. Eu vou comentar a obra de Sade pq como muitas outras, ela é profundamente mal compreendida.
Não que ele realmente não fosse um libertino, ele era; e passar 16 anos na prisão pode levar a pessoa a escrever muita besteira. Mas nesse caso, existe uma lição social no fundo da história.

Vejam o contexto: A França caminhava para a Revolução Francesa, que teve seu auge em 1789 e durou até 1799. Quando você pensa na Revolução Francesa, você pensa em Marie Antoinette, Maximilien Robespierre e um monte de guilhotinas.
O que você pode esquecer é a religião estabelecida pelo estado - O Culto do Ser Supremo. Era o tipo de religião que você pode esperar que um grupo de burocratas do governo criem: genérico, eficiente e completamente desvirtuado.
Através da história da França, religião e monarquia se misturavam como vinho e queijo, ou fogo e cinzas. A Igreja Romana Católica havia colaborado com os reis Franceses em crimes como o massacre dos Cátaros e a traição dos Cavaleiros Templários, ambos dos quais perderam toda riqueza e poder sob pretexto de supostos crimes de heresia.
Então era natural que quando a França se voltasse contra a monarquia, a Igreja seria a próxima contra a parede.

Voltaire, um filósofo Francês, dedicava grande parte de seus trabalhos ao combate do pensamento religioso e a corrupção que ele via na Igreja. Um racionalista e elitista, Voltaire achava que a religião era boa para manter o povo sob controle, mas ele defendia a teoria do Deísmo para os nobres. Particularmente, eu sou Deísta, uma filosofia que aceita a existência de um Deus Criador, mas estipula que Ele não se preocupa com assuntos mundanos dos seres humanos mais do que com os outros seres da criação, e que os problemas humanos, são dos humanos.
O problema é que como toda boa intenção, essa também deu em m*
Voltaire acreditava que a força suprema do universo era a razão, a habilidade lógica da mente humana. Após a morte de Voltaire, as pessoas confundiram as coisas e passaram ao ateísmo. O comitê da República era praticamente formado por Ateus, e afiliações com os Illuminatti e a Maçonaria - que apesar de ser um grupo com crenças religiosas, eram inimigos da Igreja.

Porém, ainda havia a necessidade do controle de massas. Então Robespierre mandou saquear a Catedral de Notre Dame e transformá-la no 'Templo da Razão'. E para manter a ordem pública, foi instituída a lei "Ninguém deve ser incomodado por opiniões religiosas, sendo que a manifestação das mesmas podem perturbar a ordem pública estabelecida por lei."

O problema, é que a maioria das virtudes, possui uma base espiritual/religiosa. Você não precisa ter uma religião para ser virtuoso, mas um mínimo de espiritualidade é necessário para reconhecer o outro como um ser com direitos.
Pra quem queria estabelecer os direitos humanos e cívicos, ferrar com a religião não foi uma boa idéia. E isso nos leva à obra de Sade.

Os quatro personagens ricos da obra eram um banqueiro, um Juiz, um Bispo e um Duque.
O texto começa assim:
"E agora, querido leitor, você deve abrir seu coração à história mais depravada já contada desde o princípio do mundo.
Nós quatro, com tempo e dinheiro à nossa disposição, e uma longa experiência com a libertinagem, estamos reunidos aqui no Castelo de Silling para satisfazer nosso apetite pela devassidão sem limites.
Conosco estão três esposas, uma filha, quatro prostitutas (cujos discursos noturnos inflamarão nossa luxúria), quatro velhas feias, oito homens vigorosos e dezesseis crianças abduzidas de suas famílias. Também, três cozinheiros e três copeiras.
Os portões do Castelo serão selados por quatro meses, de novembro a fevereiro. Neve e uma fossa intransponível nos colocam além de todo julgamento. Aqui, nós definimos os limites do mundo, nós criamos as leis que julgarmos apropriadas, nós estamos acima de vocês como deuses.
Porém, o nome de Deus não deve ser pronunciado, senão como blasfêmia; nem deve haver qualquer demonstração de alegria. A Capela será usada como banheiro, mas somente sob nossa permissão e rigorosa instrução. Exploraremos as quatro paixões nessa ordem: simples, complexa, criminal, e por fim, assassina.
Criaturas fracas, acorrentadas, cujo único destino é nos servir, vós não deveis esperar nada além de humilhação. Usaremo-vos sem piedade, ignoraremos vossos apelos e súplicas. O que podem oferecer a nós que não podemos tomar?"


Não é difícil fazer as associações, conhecendo o contexto. Temos nos personagens a representação dos poderes financeiro, religioso e governamental. Se os poderes do Estado não possuem outro poder acima deles; se todas as leis existirão somente se criadas por eles; eles efetivamente se tornam Deus. Porém sem virtudes. O Castelo pode muito ser o mundo, de onde não há fuga, se a filosofia Iluminista prega que o mundo material é o único mundo que existe.

  • Novembro; as paixões simples - São as únicas escritas em detalhe. São consideradas 'simples' em termos de não haver o ato sexual. Porém muitas pessoas não as considerariam simples, porque as vítimas são marcadas com brasa, e forçadas a comerem e beberem excrementos. Os quatro personagens - O Bispo, o Banqueiro, o Juiz e o Duque - infligem essas atrocidades às crianças sequestradas.
  • Dezembro; as paixões complexas - são as perversões mais extravagantes, com estupro, incesto e flagelação. Atividades de Sacrilégio e profanidade para dar a sensação de poder aos quatro personagens.
  • Janeiro; as paixões criminosas - Incluem a sodomização de jovens e crianças, homens que prostituem as próprias filhas e assistem aos procedimentos, e mutilação das vítimas. Durante um mês os quatro personagens desfazem totalmente a condição humana das vítimas, através de constante humilhação e espancamento.
  • Fevereiro; as paixões homicidas - Os últimos 150 atos envolvem assassinato. Inclue despelar crianças vivas, forçar aborto em grávidas, queimar famílias e matar recém-nascidos. Durante esse mês, os libertinos assassinam todas as meninas, exceto uma que se torna tão depravada quanto eles, e eles se regojizam no prazer de terem matado não seu corpo, como as demais, mas finalmente o que ela acreditava ser sua alma.the final 150 anecdotes are those involving murder.
  • Março - O final do texto, porém escrito com menos detalhes, já que as condições na prisão se tornavam mais precárias para o Marquês.
Ao longo de explorarem suas devassidões no texto, eles iniciam marcando a ferro em brasa quais jovens serão violados por qual pessoa.
"Penso em deflorar um ou dois esta noite. Mas antes devemos distinguir quais dentre esses fornecerá a cada um de nós sua virgindade - diz o Bispo - quero ver minhas possessões claramente identificadas...é importante saber onde se encontra sua propriedade, e saber o que ela anda fazendo."
O ato de propriedade e violação perpetrado pelos quatro poderes pode ser simbólico de como a autoridade pode destruir o indivíduo. Isso é especialmente relevante nos dias de hoje, onde temos etiquetas eletrônicas com registros de recém-nascidos e bancos de arquivos de DNA, tudo em nome da lei e da ordem.

Apesar de ser um movimento necessário, a hipocrisia humana desvirtuou completamente o movimento iluminista. Isso já fica bem claro, quando o caminho para a utopia precisava ter que passar pela guilhotina. Idealistas e reformistas se tornaram carrascos, e a hipocrisia do iluminismo levou à criação de monstros, os deuses da razão.
A razão sem a virtude se torna a justificativa para os atos mais depravados que o prazer dos que detém o poder pode aspirar. Afinal, o que se poderia opor contra eles, como o próprio texto afirma? Isenta da virtude, a razão dá plenos direitos a quem detém o poder sobre as vidas das pessoas.
Todo e qualquer ato de boa intenção, isento de virtude, cria um monstro da razão. O povo da França derrubou a monarquia em nome dos fracos, e os fracos ao se tornarem fortes, fizeram a mesma coisa que os fortes sempre fizeram aos fracos.

Um dos personagens, enquanto violenta um adolescente declara:
"Quem me dera poder engravidar este menino, em desafio à própria natureza! De que vale a razão, senão para tocarmos a fronteira do impossível? Gostaria de manchar com meu excremento a face da lua e para sempre macular sua pureza com minha imundície."

Aos detentores da razão desprovida de virtudes espirituais, não basta entenderem a natureza; para eles, ela nada representa senão uma massa de modelar, um molde, no qual desejam deixar sua marca. Também relevante em um mundo onde um Superacelerador de Partículas pretende criar buracos negro em miniatura, apesar da opinião contrária de vários cientistas quanto aos perigos dessa empreitada.

"Fiquem de joelhos e rezem, rezem para seu Deus surdo e mudo, enquanto os usamos como bem quisermos."
A ciência atual pretende passar a imagem de que todas nossos pensamentos são gerados por impulsos elétricos em nosso cérebro; todas nossas emoções apenas espamos químicos do cérebro. Se assim for, qual diferença entre nós e robôs? E se somos como robôs, então podemos ser programados e comandados. A ciência poderia considerar que essas sensações não são criadas pelo cérebro, mas sim efeitos causados no cérebro para traduzirem no plano físico sensações de uma consciência que transcende o corpo físico; nossa alma não está em nosso corpo, mas sim nosso corpo está banhado em nossa alma, magneticamente falando. Enquanto a ciência insistir em nos ver apenas como autômatos, a dignidade humana não é aceita pela razão.

O texto termina com o Juiz se expressando da seguinte forma:
"Ah. A luz da Razão.
Nossa época é uma época de razão. Uma época de linha e medida. A razão fará da Mãe Natureza uma meretriz amarrada para nosso deleite, e nos colocará em altos tronos, como mestres do Universo.
E você: Se te dessem a possibilidade de fazer qualquer coisa, tudo, sem ninguém para te julgar ou punir, ninguém para dizer "chega! basta!" quão longe você iria? Mais longe do que nós?
Olhe só para você! Você queria fazer isso! O que fez para nos impedir?
Culpados. Todos Culpados."

O culto ao ser supremo não durou muito, pois quando tomou a França, Napoleão restituiu a Igreja Católica para consolidar sua coroação como Imperador.
É interessante notar porém uma forte ironia: Sade escreveu esse conto antes da Revolução. Ele era um defensor da libertinagem e assíduo praticante, o que levou à sua prisão. Livre de toda virtude, é interessante notar que o texto que seria o ápice do maior defensor dos libertinos, serve justamente para criticar toda a hipocrisia da razão sem virtude, da libertinagem.
Ou o tiro saiu pela culatra, ou o Marquês percebeu que sua filosofia não devia ser usada pelo Estado. Ou mais ainda, talvez ele apenas fosse um velho safado escrevendo pornografia na prisão, já que ele defendia que virtudes e valores morais não existiam na natureza. Mas de alguma forma, a ironia do destino serviu para mostrar que o Iluminismo livre da virtude espiritual só pode lançar o mundo nas Trevas.
Por isso quem tiver estômago pra ler o conto inteiro, pode colocá-lo sob um novo contexto; um aviso sobre o animal selvagem que o homem se torna livre de toda virtude, e a peça sem vida que se torna quando submisso a todo controle; dos perigos que o Estado pode representar quando faz da República um Deus e dos males que ele nos causa em nome da Lei e da Ordem.

Imagem do Texto: O Marquês de Sade, ainda jovem e antes de sua prisão. Após ser libertado da Bastilha pela Revolução, Sade morreu aos 74 anos, enquanto dormia.

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A Geração Egoísta


A atual geração de adolescentes em sua grande maioria desconhece o significado da virtude 'Altruísmo'.
Na mentalidade atual, principalmente entre as mulheres, o Altruísmo se resume a atos de boas ações sociais, e o autosacrifício é um termo pejorativo. 'Consegui com muito sacrifício' é o máximo de conhecimento que possuem desta expressão. Como algo sofrido, pejorativo.

O Altruísmo é o oposto do Egoísmo. A atual geração tem a mentalidade de que deve pensar primeiro em si mesma, e não nos outros. Que deve buscar primeiro sua 'felicidade' e que privar-se de algo, por outra pessoa, é sair perdendo. Eu digo em especial as mulheres porque as mães que cresceram sobre as restrições impostas à mulher inseriram nas filhas um pensamento radical de que você deve pensar apenas em si mesma, na sua liberdade, e em seus desejos. Foram do 8 ao 80.
Essa mentalidade é um câncer, um mal evolutivo que está minando e banalizando todos os relacionamentos humanos.

O Altruísmo consiste em você por a preocupação pelos outros em primeiro lugar do que sobre si mesmo; mas o medo das pessoas as faz pensar que ao fazer isso irão se negligenciar. Muito pelo contrário. Ao tornar-se uma pessoa apta à sacrificar-se pelo próximo, você precisa adquirir força, caráter, determinação e um verdadeiro senso de responsabilidade. Você está crescendo como ser humano. Por outro lado, o egoísmo oriundo do desejo de 'se dar bem na vida' leva a um estado de competição, onde você começa a competir com os estranhos, depois com seus amigos, seus amores e todo mundo mais. Em um mundo onde todos querem ser admirados de novas persperctivas, só pode levar ao sofrimento e à guerra recíproca. Vão prejudicar uns aos outros.
Claro que há o pensamento que "não estou prejudicando ninguém" mas ninguém é uma ilha. Suas ações inspiram ou forçam outras pessoas a seguirem o mesmo exemplo. Ao decepcionar alguém, ao ser egoísta com alguém, você está passando a mensagem de que para sobreviver ele deve ser assim, e isso cria um círculo vicioso. Em um mundo onde 'ninguém presta' isso é ouvido muitas vezes porque as pessoas criam com suas atitudes novas pessoas que não prestam.

Sim, somos responsáveis uns pelos outros. E eu sei o quanto isso parece estranho em um mundo tão egoísta quanto o mundo ocidental. Mas a própria natureza nos dá esse sinal. Pensamos que a natureza se baseia na "sobrevivência dos mais fortes", mas essa foi uma distorção criada por pessoas amarguradas para justificarem suas atitudes. A natureza é baseada em altruísmo, como forma de evolução. Sem o sacrifício de uma espécie por seus semelhantes, não há sobrevivência.
Haveria uma consumação desenfreada de recursos e o fim da espécie.

  • Cães muitas vezes adotam filhotes de outras espécies, como gatos, porcos e até tigres.
  • Golfinhos ajudam animais feridos de outras espécies, nadando sob eles por horas até levá-los para algum local seguro.
  • Lobos e cães selvagens levam comida para membros do grupo que não saíram à caça.
  • Babuínos se jogam em predadores para defenderem animais de outras espécies, como antílopes.
  • Chipanzés compartilham comida com macacos de outras espécies e até com seres humanos sem ganharem nada em troca.
  • Morcegos vampiros comumente vomitam sangue para dividirem com morcegos incapazes de encontrarem alimento.
  • Guaxinins avisam animais de outras espécies, como ratos e gambás, onde existem lixeiras com comida. Essa atitude também já foi observada em corvos.
  • Em várias espécies de Pássaros, um casal recebe ajuda de outras espécies não relacionadas, quando não encontram alimento. Alguns chegam ao ponto de darem a vida para protegerem filhotes que não são seus.
  • Lobos e cães selvagens não atacam membros de outra matilha que sejam velhos, do sexo oposto ou que estejam em posição de rendição - Isso também ocorre com animais de outras espécies.
  • Macacos Bugios avisam outros animais da presença de predadores, mesmo que ao fazer isso atraiam a atenção para si mesmos, aumentando a chance de serem atacados
  • Baleias adotam filhotes que perderam os pais.
  • Cupins podem explodir a si mesmos criando uma secreção que cria uma camada de resina e impede que formigas ataquem outros cupins.
  • Miirkats, a espécie do Timão, é conhecida por alguns membros revezarem a posição de alerta; um deles pode ficar o dia inteiro sem comer, apenas vigiando enquanto outros se alimentam.
  • Búfalos Africanos resgatam membros da manada que forem capturados por predadores, mesmo ao custo da própria vida.
Se a natureza dá tantos exemplos, de que o Altruísmo é parte do processo de sobrevivência, por quê a raça humana entende o oposto? Existe um medo tão grande de perder, que os jovens de hoje possuem medo de cederem o mínimo de seu espaço pessoal; não possuem fé no próximo porque essa atitude que gostariam de esperar não existe em si mesmos.

São capazes de se privarem das coisas para alcançarem um objetivo, mas não se sentem bem ao se privarem de algo em favor de outra pessoa. Não cogitam que possa haver um retorno, ou que seja parte do processo pra se obter algo maior, que valha a pena; para eles abrir mão de seus desejos pessoais é como se render. Se renderem em uma competição que só existe em suas cabeças. Alimentada pela mídia consumista que precisa criar um 'status quo' para ter uma cota de clientes. Não se privam de se divertirem, porque não veem o outro senão como um meio para terem diversão; a partir do momento que ele se torna um centro de responsabilidade, não serve mais. Isso é tirar a dignidade do ser humano; se você o usa apenas como um meio para um fim, você não reconhece nele o mesmo valor que você tem para si. Você espera que ele aja como você, que não se importe com o que você sente, e que cuide da própria vida. Nesse pensamento, quando motivado pelo autointeresse outro lhe prejudica, aonde estará a moral para clamar por justiça, se você o ensinou tão bem a pensar em si mesmo? Se ele o faz te prejudicando, você prejudicou primeiro seu senso de caráter ao ensiná-lo que seria a única forma de sobreviver - Pensar em si mesmo sobre todas as coisas.

A busca pela 'felicidade' é tão ou mais motivada pelo egoísmo. Sim, temos o direito de sermos felizes mas se você é feliz enquanto outro sofre, que tipo de ser humano é você? Se você não tem nada a ver com isso, porque exige do universo justiça, que seja feliz, que tenha o que quer se você também não é da conta do universo, por consequência?

O termo sacríficio ganhou um cunho pejorativo pelo mesmo motivo: egoísmo. Seja você cristão ou não, com certeza sabe da história e vida de inúmeras pessoas que sacrificaram a vida pela maioria. Eu nunca conheci um cristão de verdade. Porque eu penso que seria apenas alguém que acredite em auto-sacrifício, já que ele diz seguir um ser que teria sacrificado a si mesmo por ele. Eu conheço sim, pessoas que lembram destes seres quando se trata de seu próprio benefício, mas que acham que não precisam seguir o exemplo. Seria muito 'radical'. Claro, mas quando os beneficiou foi um 'ato de amor'. Sacrifício significa privar-se de algo voluntariamente, para criar um estado de benfeitoria sobre outras pessoas, e ver essas pessoas bem te faz bem. Se você se importa com outros. Não precisa que outros se importem com você, é uma preocupação tola. Assim como seus atos egoístas criam pessoas egoístas, seus atos altruístas criarão altruístas. E mesmo que isso não ocorra, o benefício da realização de ser uma ferramenta indispensável a felicidade alheia te traz uma satisfação que não pode ser explicada, apenas sentida. Algo que nenhuma balada, nenhum carro, nenhum dinheiro vai lhe comprar ou trazer. O sentimento de que alguém além de você, é grato pela sua existência.

Eu não vejo muita esperança pra essa geração. Como um câncer, eles vêm tomando uns aos outros, em uma busca insensata pela 'felicidade' e banalizando as relações humanas; se alguém lhe causa algum incômodo, é mais fácil largar e trocar essa pessoa do que tentar compreendê-la. Ninguém quer gastar seu tempo compreendendo. Ou tentando ajudar aquela pessoa a se adaptar. Não, eles não tem tempo. Eles precisam pegar tudo para si antes que acabe.
A fome do desejo pessoal é muito diferente da fome física. Porque ela tende a aumentar, a refinar o paladar cada vez que é saciada. Chegará o momento em que sua realização será vazia. As únicas pessoas que irão lhe admirar, são aquelas que querem tomar tudo de você.

Pequenas células cancerosas que espalharão esse câncer para os filhos. Nenhum sistema sobrevive a isso. Ou os relacionamentos humanos entrarão em colapso, ou serão puramente de interesse. A felicidade nesse caso pode ser comparada a um orgasmo de segundos. Pode valer a pena na hora, mas é uma vitória vazia. A natureza não tem nenhum contrato social de que deve garantir suas vitórias, se você não tem um contrato social para com ela de garantir ser uma ferramenta para levar felicidade a outros.
Uma coisa que aprendi por experiência, é que só temos medo de que as pessoas façam conosco aquilo que somos propensos a fazer com elas. Então quando nos colocamos no lugar dos outros, não é para pensar o que nós faríamos no lugar dela, e sim avaliar pelo jeito dela, o que ela faria ou sentiria de acordo com nossas ações. Talvez se as pessoas se privarem da sede por prazer por um segundo e fizerem esse exercício, o corpo não precise ser amputado para se livrar do câncer.
A natureza é uma corrente.
E seres humanos não são ilhas.

Imagem do artigo: A Grande Prostituta do Apocalipse, símbolo da busca por prazeres e a própria felicidade egoísta, mais uma vez pintada pelo artista Howard D. Johnson.

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Ancestrais Aquáticos




Eu tive certa relutância em postar esse artigo, inicialmente por ser polêmico, não convencional e ousado. Mas daí vi que essas são as condições perfeitas pra um artigo ser postado.

O consenso entre cientistas (conhecido como a Teoria da Savanna) é de que a seguinte sequencia tenha ocorrido:

  • Quando a população dos ancestrais humanos nas florestas Africanas chegou ao limite de população, eles foram forçados a viverem na savanna, em campo aberto.
  • Tendo que caçar para comer, eles aprenderam a erguerem-se sobre duas pernas para verem a presa mais facilmente.
  • Como era muito quente, eles raspavam os pelos para permitir que o suor fluísse livremente.
  • Linguagem e inteligência aumentaram devido à necessidade de se comunicarem em bandos de caça.

Então os humanos teriam evoluído. Por alto, isso até faz algum sentido, e algumas pessoas podem ser perdoadas por não questionarem os detalhes dessa teoria. Todos veem nas imagens de enciclopédias os homens da caverna caçando animais para alimento e pele, e que viviam em cavernas. Eles eram brutos peludos e o intermediário perfeito entre chimpanzés e os humanos de hoje.

Porém, a Teoria da Savanna tem alguns erros, tais como:

  • Primatas como babuínos e mandris vivem na savanna - eles não se tornaram bípedes, nem perderam pelo.
  • Dentro dos milhares de anos que se levaria para se evoluir do fato de ser capaz de correr em quatro patas, até conseguir andar em duas patas, os seres humanos teriam sido tão vulneráveis para predadores que poderiam ter sido levados à extinção.

Mamíferos não foram criados para andarem verticalmente, porque é muito ineficiente. E curiosamente, nosso modo de vida é totalmente diferente dos outros mamíferos. Se os primeiros primatas tentassem isso, eles teriam caído como bebês, o tempo todo. Além disso, o "elo perdido" para a forma de nossos pés não se encontra entre os primatas, a maioria deles apresentam pés que assemelham-se a mãos. Imagine ficar de pé, sobre a ponta de seus dedos por algumas horas. Sem uma razão prioritária para fazer isso, os ancestrais humanos teriam simplesmente desistido. Evolução não é algo planejado pelos animais. Eles não enxergam o futuro e aspiram a serem humanos, eles só respondem as suas necessidades. Enxergar melhor os predadores, os primatas em geral erguem-se rapidamente sobre duas patas, e voltam para as quatro. E todos eles são muito bons em pular, seria melhor pular mais alto do que ficar de pé.

A coluna dos mamíferos é como um cabideiro - as coisas ficam penduradas nela. É um longo arco dobrado de vértebras, apoiado por quatro patas. O peso do corpo animal é igualmente distribuído e o centro de gravidade é baixo, dando equilíbrio a eles - além do auxílio da cauda em alguns. Usar as quatro patas é a melhor forma de suportarem o próprio peso. Em casos raros, como cangurus, eles utilizam a cauda. Nenhum outro mamífero anda perpendicularmente como os humanos - não é um modo eficiente de se viver na selva. Além de se levar em conta, que mesmo com todas as comodidades - e talvez justamente por causa delas - nós vivemos com muitos problemas de postura.

Existe, porém, uma espécie de primata que anda em duas patas, sçao os macacos-narigudos de Bornéu. Eles vivem em pântanos e regularmente mergulham na água. São excelente nadadores, e se for raso, eles andam nas duas patas, como os humanos. Com o apoio da água ao redor deles, a instabilidade e desconforto de ser um bípede terrestre desaparece. Com as cabeças erguidas, eles respiram mais facilmente andando assim do que nadando.

A coisa complica mais quando vemos a história geológica e climática do Noroeste da África, onde os fósseis de "Lucy" e outros famosos ancestrais humanos foram desenterrados. O título científico de Lucy é Australopithecus Afarensis, porque ela foi encontrada na região da Etiópia conhecida como Afar. Entre sete milhões de anos e 70.000 anos atrás, essa área era uma imensa represa de água salgada, água do mar que inundou a região e depois ficou presa, separada do resto do oceano. Isso é típico do ambiente onde se espera que um mamífero aquático se desenvolva. Hoje está tudo seco, deixando um deserto árido, com depósitos de sal que comprovam o passado ocêanico.

O problema chave citado por cientistas ortodoxos, a falta de evidência fóssil comprovando a teoria dos ancestrais aquáticos, é rídicula. Nenhuma característica aquática listada aqui pode ser deduzida por fósseis. Então teoricamente qualquer hominídeo aquático poderia ter tido essas características e não saberíamos. Pela mesma razão cientistas chutam que cor seria a pele ou pelo dos fósseis, mas eles não sabem. Sequer há evidencias de que dinossauros mesmo teriam pelos ou não, sendo que seus fósseis são muito mais numerosos que os fósseis humanos.

Acontece que a maioria dos fósseis hominídeos Africanos são encontrados perto da água ou dentro de regiões submersas. Isso é explicado como "eles estavam passando e pararam para beber água". A explicação óbvia, é que eles viviam dentro ou perto da água (como muitos humanos ainda o fazem), mas raramente é considerada.

Existem muitas evidências de que as regiões da África já foram pântanos como os de Bornéu.

Uma notificação à Imprensa, da Universidade de Toronto em 1999 diz:

“Os primeiros humanos podem ter sido habitantes de praias, preferindo a pesca do que a caça... evidências são de que cérebros grandes como os dos primeiros humanos só podem ter evoluído de uma dieta rica em nutrientes providenciada melhor por pesca do que pelas chances de caça. Você não precisa ser esperto para viver de pesca. Mas viver disso com certeza lhe dará mais energia e melhor saúde, e mais chances de sobrevivência."

A imagem popularizada de homens da caverna vivendo na savana africana deve estar errada, diz Stephen Cunnane. Sua equipe descobriu que um tipo específico de substância, DHA, necessário para o desenvolvimento cerebral e óptico, é mais facilmente encontrado em alimentos perto da costa marítima mas não está presente na dieta de mamíferos da savanna. Isso sugere que a raça humana tenha surgido próxima à água, e não aos desertos áridos, ele diz.

"Gostamos de ver os primeiros humanos como caçadores que tiravam vantagem da natureza e desenvolveram grandes cérebros " ele diz "mas como essa habilidade de caça poderia surgir miraculosamente do dia pra noite? Bem, não surge. Mas, se eles evoluíram em um lugar onde não tinham que caçar e se adaptaram depois, é possível."

Cunnane diz que recentes fósseis hominídeos achados na África do Sul mostram fósseis proto-humanos próximos ao de criaturas aquáticas, o que daria mais força a essa teoria.

Charles Darwin escreveu:

“A perda de pelo foi um inconveniente e provavelmente lamentável para o homem, pois assim ele ficou exposto ao sol e ao frio, e outros rigores do clima. Não há como supor que a perda de pelos seja de alguma vantagem ao homem, a não ser estética; não pode ter sido fruto da seleção natural." - A Evolução das Espécies, Charles Darwin

A teoria da Savanna é falha. Essas áreas da África podem esfriar até 11°C à noite, e isso não seria vantagem pros humanos perderem pelos. É normal que mamíferos terrestres, como felinos e primatas tenham pelo grosso. Humanos ainda têm músculos capilares que sustentam o peso de nosso cabelo, e se ele fosse muito mais comprido, ele criaria uma camada térmica, como as penas fazem. A maioria dos animais pode ajustar seu exterior de acordo com a temperatura, enquanto nós pobres humanos temos que recorrer à roupas. Cabelos e pelo também são muito úteis como proteção contra ferimentos, e curiosamente os desenvolvemos em maior número nas áreas mais sensíveis do corpo. Obviamente não temos tanto pelo não porque o perdemos, mas porque o desenvolvemos depois. Mesmo os seres humanos mais peludos não comparam-se aos primatas selvagens.

O modo mais fácil de determinar porque humanos são assim é estudar outros mamíferos que evoluíram de forma similar. Charles Darwin comentou a respeito:

“Baleias, golfinhos, peixes-boi e hipopótamos são nus, e isso é vantajoso para eles dentro d'água. Também não os prejudica climaticamente, já que esses animais possuem tendência a acumularem gordura para aquecê-los."

Elefantes são virtualmente sem pleos e capazes de nadarem grandes distâncias, suas trombas funcionam perfeitamente como snorkels. A anta, é como um mini-elefante, com uma pequena tromba. Seu pelo é pouco e ela ama nadar e mergulhar. Porcos ao contrário do que se pensa, adoram água e nadam muito bem. Todos são animais que vêm prontamente à mente quando queremos comparar e ofender pessoas obesas à animais. O ser humano possui a mesma facilidade para acumular gordura.

Um gorila ou chimpanzé mantido em uma jaula pode ganhar um peso extra, mas os únicos mamíferos terrestres capazes de acumular gordura ao ponto de rolar dos braços, pernas, traseiro e barriga sem esforço, são os humanos.

Essa gordura é normal. Se o corpo de uma mulher está abaixo do peso, ela tem dificuldades para engravidar. Uma garota de 16 anos deveria ter 27% do peso corporal em tecido gorduroso. Se cair para abaixo de 22%, seu ciclo menstrual vai ser prejudicado. O motivo pelo qual precisamos dar pontos em ferimentos é porque a camada de gordura abaixo de nossa pele tende a sair e inflamar. As extremidades do corte ficam separadas e assim cicatrizam mal. Outros mamíferos não têm esse problema, a pele deles é diretamente acima do músculo, não da gordura. Exceto os aquáticos.

O conceito de suar é ridículo. Esse sistema, que é único dos humanos (outros mamíferos que suam fazem isso bem menos do que nós, e usam uma glândula diferente) é inútil. Tem tendencia a se ativar na hora errada (em clima úmido), é lento demais para começar e para parar, fornece muito mais do que a camada necessária de líquido para esfriar o corpo, e perde sal. Somos os único mamíferos terrestres que expelimos sal quando suamos. Mesmo se um ser humano estiver em total desidratação, seu corpo não irá reter a água ele continuará suando até a morte. Nosso sistema sudorífero é outra desvantagem de ser humano.

Então porque suamos? Uma razão possível é de que seja para expelir sal. Se e quando eles habitavam os mares, nossos ancestrais deviam se alimentar de alimentos marítimos (por definição, salgados) e acidentalmente engolirem água salgada. A sobregarga em nossos rins teria criado uma necessidade de um sistema secundário. Pinguins e focas possuem glandulas para expelirem água salgada.

Humanos choram, e a função disso tem deixado os cientistas na dúvida por muito tempo. Ao chorar, também expelimos sal. Você já deve ter ouvido o termo "lágrimas de crocodilo", pois os répteis aquáticos também choram como forma de expelirem sal de seu sistema. Baleias choram. Elefantes choram. Golfinhos choram. Outros primatas não choram. Agora por quê isso é ligado a nossas emoções, é um mistério. Apesar de sermos fisicamente semelhantes com macacos à primeira vista, biologicamente somos muito mais próximos dos golfinhos e outros mamíferos que adoram água. Porcos adoram água, e são usados como doadores de órgãos humanos, ao contrário de macacos. Por algum motivo, esses animais assim como nós vieram para a terra, enquanto golfinhos ficaram na água.

Nadadores e Megulhadores precisam de uma grande abertura para a rápida inalação de ar - e nossas bocas são largas comparadas com a abertura pequena de nosso nariz e o de outros mamíferos. E curiosamente, assim como os mamíferos aquáticos, temos como fechar as passagens de ar, ao contrário dos outros primatas. Espécies aquáticas evoluíram algum tipo de 'porta' ao invés de guelras. O pinguim tem uma, o crocodilo tem uma. Humanos também - é a parte de trás do palato, conhecido como velum, que em nossa espécie se comprime ou expande para fechar as passagens de ar. Somente as focas possuem esse sistema além de nós, entre os mamíferos.

E curiosamente, somente os mamíferos aquáticos comunicam-se através de sons - nossa laringe nos permite uma vasta gama de sons. O motivo principal pelo qual outros primatas preferem se comunicar por olhares e gestos ao invés de palavras, não é por causa da incapacidade de pronunciar palavras - eles são capazes de dizer "ah" "eh" "u" e as letras k, p, h e m. É por causa da respiração. Como em outros mamíferos, a capacidade de respirar nos primatas não é voluntária, é automática, como as batidas do coração. Eles não podem controlar a própria respiração. Ao contrário de nós. Também, nosso medo de água ou incapacidade de nadar é adquirido ao longo do crescimento - quando nascemos, nadamos perfeitamente bem. Bebês se desenvolvem em um ambiente aquático - o útero - e podem nadar muito bem após nascerem. Também, apesar de enviarmos feromônios como forma de sedução, nossa capacidade olfativa é baixa - comparada com a de outros mamíferos. Animais aquáticos possuem a mesma deficiência, e são auxiliados pela água que envia os ferômonios.

Para humanos terem evoluído dessa forma descrita acima, as seguintes condições teriam sido necessárias:

1) Mudanças climáticas bruscas, com grandes áreas alagadas secando e grandes áreas secas inundando.
2) Algo que os ajudou a adaptar facilmente ao novo ambiente.

Em um cenário cataclísmico, os habitantes normais de terra seca teriam se afogado. Sobreviventes estariam muito famintos e certamente seriam canibais. Mas na situação oposta, os seres humanos teriam encontrado maior capacidade de habitar-se ao novo ambiente.

Meus pensamentos são os seguintes:

  • Humanos adquiriram o bipedalismo enquanto outros primatas não.
  • O cenário aquático provê suporte para o bipedalismo humano e a forma de nossos pés.
  • Há evidências de cataclismas globais, e mitos de homens que viviam no mar.
  • Uma mudança forçada de alimentação e doses de radiação solar permitem as condições ideais para uma evolução rápida.

Para mais detalhes nessa idéia, leiam os excelentes livros de Elaine Morgan, e ela desenvolveu as idéias de Sir Alistair Hardy

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Credo da Liberdade - Post de Estréia






Sua liberdade está sob ataque. Mesmo sua liberdade de ler essas palavras pode em breve ser negada - tudo em nome de combater o terrorismo, pirataria, drogas ou poluição ambiental.
A maior tragédia da era moderna é o declínio dos valores éticos e morais e da liberdade em nome de um moderno feudalismo high-tech. Totalitarianismo, vulgaridade e alienação cultural estarão em seu futuro; e em um nível alarmante já se encontram no seu presente.

As pessoas estão permitindo que isso aconteça, porque elas nem sequer têm total compreensão disso. Mesmo em nações onde os líderes são eleitos, as forças políticas e financeiras que alimentam a mídia possuem maior lealdade do que eleitores. Enquanto a maioria das pessoas disputa entre si por status e prazer, existem aqueles que possuem um plano maior.
Eles pensam em si mesmos como líderes naturais que possuem o direito e o dever solene de governar, pois compraram este direito. Eles falam em valores democráticos e direitos humanos, mas eles não confiam no homem comum para se auto-governar. Eles aperfeiçoaram a ilusão de que o voto determina seu destino político, mas também criaram mecanismos para alterarem esse destino à sua vontade, e fazer com que as pessoas tenham as mesmas ambições que eles.
A missão do blog Vigilante é expor esses interesses e demonstrar contra-mecanismos para combate-los.

Serei específico. Coletivismo é a atual filosofia da sociedade, uma filosofia que defende eleições controladas, mídia controlada, educação controlada, a eliminação da liberdade de expressão, o fim de valores éticos e morais, ambição desenfreada, um sistema de saúde mafioso, imperialismo militar, e governo global. Vocês devem conhecer essas ameaças pelos nomes de urnas eletrônicas, formadores de opinião, escolas partidárias, modo politicamente correto, o pensamento egoísta dos jovens atuais de ser feliz fazendo o que quiser sem importar-se com sentimentos alheios, laboratórios farmacêuticos, guerra ao terrorismo e propaganda de aquecimento global, respectivamente.

A filosofia kritarquista, do respeito aos direitos individuais de cada ser humano em acordo com seus deveres para com outros seres humanos - deveres emocionais e sociais - para que cada um de nós possa viver em harmonia, é o oposto do coletivismo. Kritarquistas defendem eleições honestas, uma mídia competitiva, um sistema educacional imparcial, encorajamento da liberdade de expressão, pessoas em harmonia com as leis naturais e com os direitos e deveres de cada ser em relação ao outro - seja em relações pessoais ou profissionais - livre escolha no sistema de saúde, uma política estrangeira não-intervencionista, soberania nacional e lealdade aos valores que constituem a mesma.

Aposto que poucos de vocês já ouviram falar sobre Kritarquia. A mídia não fala sobre isso, e nem mesmo a Wikipedia em português possui uma definição satisfatória.

É claro que a 'lei natural', no sentido de 'ordem natural das coisas' não é uma questão de especulação, mas de fatos naturais. No momento em que dois homens estão em uma mesma sala, automaticamente existem deveres e direitos a serem respeitados um pelo outro. Mesmo que não exista lei escrita, nossa consciência indica um senso natural de liberdade. Isso leva à questão se existe um sistema político que respeite esses fatos. Existe. Ele difere da democracia e outros sistemas porque ninguém nesse sistema possui privilégios especiais.

São negados quaisquer poderes, privilégios e imunidades ao estado que também sejam negados a seres humanos comuns. Isso significa que em uma kritarquia as forças policiais não podem usar sua força e armas coercivas exceto para manter os direitos naturais de vida, liberdade e propriedade. Em contraste à democracia, em uma kritarquia os tribunais e a polícia não são parte de um monopólio. Em uma kritarquia, cada indivíduo possui poder de defender a justiça e ajudar ao próximo desde que pautado nas leis naturais pré-determinadas; ninguém pode ser forçado a obedecer uma lei que contrarie esses direitos naturais contra sua vontade.

Uma kritarquia não possui súditos e governantes. Falta um governo, no sentido de uma organização com poderes coercivos que pode criar leis ou cobrar impostos. Governar pessoas e cobrar impostos não são as funções do sistema político da kritarquia. O governo é exercido pelas leis naturais, a quem o governo defende, mas somente dentro das mesmas. Pessoas são livres para cuidarem de seus assuntos, desde que estejam de acordo com a Justiça que respeite os direitos individuais de cada um. Liberdade e pôr-se no lugar do outro são as leis básicas da kritarquia..

O termo 'kritarquia', desconhecido propositadamente no Brasil, é composto das palavras Gregas krito (julgar) e arquia (princípio, causa). Foi cunhado em 1844 pelo autor inglês Robert Southy. Em raízes etmológicas, kritarquia é um sistema no qual a justiça, é o princípio de causa para tudo. Independente se as pessoas se beneficiam ou não, o que é justo deve ser assegurado. Na monarquia, somente uma pessoa é o princípio de causa para as leis. Na oligarquia, que é o que vivemos de verdade no Brasil, somente determinado grupo define o princípio das causas pelas quais a sociedade vive. E em uma democracia, as leis são pautadas no desejo da maioria, independente de serem justas ou não. Por exemplo: Você foi condenado à forca, mesmo sendo inocente. Mas por comoção popular, é perigoso demais libertá-lo então você será enforcado assim mesmo. Isso é democracia.

Diferente do atual poder legislativo e judiciário, os juízes e legisladores de uma kritarquia não criam leis e sim encontram modos de apaziguarem conflitos e disputas de uma forma consistente com os direitos naturais de cada um. Esses direitos são dados objetivamente (apresentados ao final do artigo), e não importa se correspondem ou não aos desejos e ideais dos juízes ou dos julgados.

Eles não 'governam' o povo. Sua única preocupação deve ser manter a voluntária e natural ordem dos direitos naturais.

Existem muitos exemplos históricos e até mesmo recentes de kritarquias ou quase-kritarquias. As primeiras constituições - como a Carta Magna e a Carta de Direitos da Inglaterra, e as emendas constitucionais originais dos Estados Unidos da América e a Declaração Universal dos Direitos Humanos na França - apresentam elementos de kritarquia para porem em cheque governos opressivos. No final do segundo milênio antes de Cristo, os Judeus viviam em uma Kritarquia Plena, como descrito nos livros Bíblicos dos Juízes. Seus 'juízes' não eram juízes no sentido moderno de sistema legal, mas sim homens respeitados que eram procurados em situações de conselho e liderança sem terem o poder de criarem leis ou cobrarem impostos.

Kritarquias similares existiram entre os povos Celtas e Germânicos Pagãos, e foram destruídas pelo Imperialismo Romano. O mesmo que adulterou o Cristianismo Primitivo e retirou dele o sistema de juízes da Kritarquia. Porém ela ainda resistiu na Idade Média na Finlândia, Irlanda e Frísia. Os primeiros colonos americanos desenvolveram sua própria kritarquia. Atuais sociedades tribais da América do Sul e África eram kritarquistas antes de aderirem aos poderes coloniais modernos.

Dentro desses exemplos históricos, pode-se sugerir que a kritarquia é um sistema político antigo, porém frágil em períodos de guerra. Mas na verdade, líderes militares de kritarquias só podiam mobilizar homens e recursos durante o período da contenda. Os Romanos descobriram formas de forjarem contendas e inimigos imaginários, e assim estenderem essas mobilizações temporárias por períodos indefinidos. O fato da kritarquia ter perdido para um sistema destrutivo não faz dela primitiva. Um progresso econômico pode existir sem um progresso ético e virtuoso. E o é o que vem acontecendo atualmente.

Os Direitos Naturais dos Seres Vivos são:

  • Natureza Intrísica de Direitos: Somente indivíduos possuem direitos, e não o grupo coletivo, pois direitos não são acumulativos; esses direitos nascem com cada indivíduo e não são dados pelo Estado; pois se o Estado tiver o poder de criá-los, também terá o poder de negá-los, e isso é incompatível com a Justiça.
    O poder do estado vêm dos cidadãos. Assim, o Estado jamais terá o direito de fazer algo que uma pessoa sozinha não tenha o direito de fazer. Caso contrário o estado seria o mestre, e não o servo da sociedade.
  • Supremacia do Indivíduo: A maior ameaça à liberdade é permitir que qualquer grupo, não importa a superioridade numérica, negue os direitos da minoria; a única função do estado justo é proteger cada indivíduo da ambição da maioria ou minoria.
  • Liberdade de Escolha: O indivíduo possui poder de escolha, desde que arque com as consequências diretas e indiretas da mesma. Objetivos sociais e econômicos são melhor alcançados por ação voluntária do que por coerção de impostos. A tranquilidade e harmonia social são conquistadas através do apego a valores éticos e morais, tolerância e persuasão, e não por interesses financeiros. As pessoas em necessidade são melhor servidas pela caridade, que é dar de seu próprio dinheiro, do que por impostos e serviços públicos pagos por impostos, que é dar o dinheiro dos outros por coerção da lei.
  • Igualdade perante a Lei: Todos os indivíduos são iguais perante a lei, independente de origem nacional, raça, religião, gênero, educação, situação econômica e formação cultural. Nenhuma classe possui tratamento especial, não importa o mérito ou popularidade de sua causa. Favorecer uma classe sobre outra não é igualdade perante a lei.
  • Papel do Estado: O papel do Estado é proteger, e não prover; pois se o Estado puder prover para alguns, será capaz de tirar de outros, e isso é roubo legalizado e perda da justiça. As necessidades das pessoas devem ser providas sem que se tire de outras por coerção, seja de lei ou física. Se o Estado tiver o poder de nos dar tudo que queremos, também terá de tirar tudo que temos. A única função do Estado é proteger as vidas, direitos e propriedade dos cidadãos, nada mais.
Em breve, postarei mais sobre o apoio racional e histórico destes direitos, bem como da Kritarquia. Entre isso, temos muitos outros assuntos a debater.

imagem do artigo: Atena, Deusa da Sabedoria e Justiça, por Howard D. Johnson.
Conheça mais do trabalho dele em http://www.howarddavidjohnson.com

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