O Mundo vai acabar em 2012? Não, não vai. Bom pelo menos não tem nada agendado pra isso.
O mundo vai ficar mais maluco ainda em 2012, alguma mudança social ou cataclisma? Ah, com certeza.
Apesar de que essas coisas podem acontecer a qualquer momento dentro de nosso futuro imediato, o antigo calendário Maia é um poderoso argumento para que isso ocorra depois de 21 de Dezembro de 2012.
A Civilização Maia habitou a região entre México, Guatemala, El Salvador, Belize e Honduras, e floresceu entre o terceiro e décimo século D.C., mas em 1200 DC a sociedade deles já havia desaparecido. Quando os Conquistadores Espanhóis chegaram, ainda havia descendentes ocupando a área, e ainda falavam a linguagem Maia, mas não conheciam todas as cidades construídas por seus ancestrais.
Só no final do século 18 que exploradores investigaram a floresta tropical da Guatemala e encontraram praças, monolitos, templos e pirâmides, todas decoradas com hieroglifos. Os Maias usavam uma linguagem que misturava ideogramas e elementos fonéticos - era como interpretar uma poesia visual. Algumas dessas escrituras ainda existem em cartuchos (placas de pedra) e monumentos que recontam os eventos civis importantes e o conhecimento astronômico dos Maias.
Diego de Landa foi um monge espanhol que visitou o méxico em uma missão de caridade, transformando a região de Yucatán em província franciscana em 1561 e famoso por destruir vários artefatos e documentos Maias.
Apesar de ser muito interessado na cultura Maia, ele ficou horrorizado com certos aspectos dela, como sacrifício humano. Os Maias sacrificavam várias pessoas, todos os anos, por meses inteiros, entre jovens da própria cidade e pessoas de tribos indígenas. Quando encontrou uma caverna contendo estátuas maias sagradas e vários esqueletos de sacrifício e documentos, Landa ordenou a destruição de cinco mil estátuas. Ele decidiu que toda aquela cultura era trabalho do diabo e então queimou todos os documentos, com exceção de três que sobreviveram. Ou seja a maioria do conhecimento e história Maia se perdeu pra sempre.
Apesar desse ato de ignorância, Landa não foi tão inútil já que ele conseguiu fazer a primeira tradução do alfabeto fonético Maia, que ajudou a decifrar um terço dos hieroglifos.
O mais importante dos documentos que sobreviveram se chama Dresden Códex, com o nome da cidade aonde foi achado. É um livro estranho, escrito em hieroglifos, que ninguém entendia até 1880. Na época Ernst FØrstemann, um catedrático Alemão que trabalhava na biblioteca de Dresden, conseguiu decifrar o código do Calendário Maia permitindo que outros acadêmicos traduzissem outras inscrições em monumentos e artefatos.
Ele descobriu que o Códex continha conhecimentos de Astronomia, que criavam calendários mais apurados do que nosso calendário romano. Eles previam mudanças de estações, a rota dos planetas no sistema solar, os ciclos de Vênus e Marte, e vários fenômenos celestes que a nossa sociedade ainda desconhecia.
A maior parte da informação que temos hoje vêm do Popol Vuh e Chilam Balam - livros escritos pouco depois da chegada dos Espanhóis. O conhecimento decodificado nesses livros, unido ao das pirâmides e cartuchos, provou que os Maias possuíam um conhecimento que rivalizava o de Gregos e Egípcios.
A vida dos Maias era ao redor do conceito do tempo. Sarcedotes eram consultados em todos os assuntos civis, agriculturais e religiosos, e os conselhos deles vinha da leitura dos calendários sagrados. O tempo era tão importante que as crianças eram batizadas com nomes que faziam referência à data em que nasceram.
A matemática Maia, apesar de superavançada, só usava três símbolos - um sinal vazio para o zero, um ponto para o 1 e uma barra para 5 representando unidades de 0 até 19. Por exemplo, o número 13 era três pontos e duas barras. 3+10
Zero era um conceito muito avançado naquele tempo, tanto que os Romanos nem possuíam esse conceito. E os Maias ainda por cima o retratavam como um conceito de vazio, abstrato. Eles usavam cálculos métricos e numeração, e faziam monumentos imensos... sem nunca sequer terem usado a roda! O conceito de engrenagens e rodas era desconhecido deles!
Eles possuíam muitos calendários, e marcavam a passagem do tempo com três ciclos que corriam em paralelo.
O primeiro era conhecido como Tzolkin. Combinava números de 1 até 13 com uma sequência de 20 nomes para dias. Era como um calendário só para dias da semana. Então você poderia ter o 5° Chikchan (seria nosso Domingo dia 5) seguido pelo 6° Kimi (Segunda, dia 6). Só depois de 260 dias que as combinações se repetem, e se inicia um novo mês. O mês era tão longo porque era baseado no tempo de gestação de uma mulher. Então na verdade um mês eram nove meses no nosso calendário. Você podia passar de mês em outros aspectos, mas a semana ainda estava no mesmo mês.
O segundo é o calendário agrícola conhecido como Haab, ou ano vago. São 18 meses, cada um de 20 dias. A adição de um mês de 5 dias, um período de apreensão chamado de mês do azar, ou Uayeb, nos dá 365 dias, um ano. Esse calendário media as estações do ano, eventos solares que ocorriam em cada dia do ano. Então o Calendário agrícola não regia os dias da semana, mas as estações do ano, os dias da semana eram um aspecto separado da vida.
Esses dois calendários separados recomeçavam a cada 260 e 365 dias cada. Porém, a cada 52 anos eles terminavam no mesmo dia, e nesse período, os Maias se desesperavam esperando o fim do mundo. Nessa época, todas as fogueiras e tochas eram apagadas, mulheres grávidas eram enjauladas para o caso de parirem aberrações da natureza, crianças eram mantidas acordadas para que não morressem durante o sono, e todos se trancavam em suas casas. Caso os deuses decidissem dar mais 52 anos de vida para a civilização, haveria uma celebração à noite, na qual toda a população seguia o sarcedote na escuridão até o topo de um vulcão extinto. Lá, de olhos nas estrelas, eles esperavam a passagem das plêiades para o centro do céu, o que anunciava a continuação do mundo por mais 52 anos. Quando esse momento chegava, uma virgem ou um guerreiro capturado era sacrificado, se abrindo o peito dele e arrancando o coração ainda batendo. Então na cavidade aberta se acendia uma tocha, e com a chama dessa tocha se iluminava nomavente todas as tochas e fogueiras da cidade. Essa era a cerimônia da nova chama, e a passagem do ciclo de 52 anos era reconhecida por todos os outros povos mesoamericanos.
A sensação devia ser a mesma que muitos cristãos sentiram no final do último milênio ou seguidores do Apocalipse.
Os calendários Maias nem mesmo foram inventados por eles. Vieram dos seus antecessores, os Olmec, um povo de 3.000 anos atrás, que sem os instrumentos da Europa do século 16, já conseguiam calcular um ano solar em 365 dias, de forma mais acurada que os Europeus, e muito antes do calendário Gregoriano. Os Olmecs clamavam ter recebido esse conhecimento de uma civilização ainda mais antiga que eles.
O terceiro calendário Maia, era o 'longa contagem'. Ele começava a registrar eventos de 5.000 anos atrás. A contagem dele começou em 3.114 Antes de Cristo e foi herdado pelos Maias, pelos Olmecs e por outras culturas mais antigas. E ele termina em 21 de dezembro de 2012.
Uma data Maia é assim:
12.18.16.2.6, 3 Cimi 4 Zotz
4 Zotz (4 morcegos) a data agrícola do Haab.
3 Cimi é data da semana, Tzolki.
12.18.16.2.6 é o dia no longo calendário.
A unidade básica é o Kin (dia) que é o último componente do Longa Contagem. Da direita para esquerda, os componentes são:
- unial........1 unial = 20 kin = 20 dias
- tun..........1 tun = 18 unial = 360 dias = quase 1 ano
- katun.......1 katun = 20 tun = 7,200 dias = quase 20 anos
- baktun.....1 baktun = 20 katun = 144,000 dias = quase 394 anos.
A Longa Contagem é um grande ciclo de 13 baktuns (5.126 anos) e começou no dia 13 de Agosto de 3114 Antes de Cristo.
Na Mitologia Maia, cada ciclo é uma era do mundo na qual os Deuses tentavam aperfeiçoar a humanidade, com quatro mundos principais e três deuses máximos com vários outros deuses regendo cada era. O primeiro deus era o Deus Solar, que regia a civilização e os deuses, o segundo era o Deus Morcego Camazotz guardião do submundo e das almas e o terceiro era a Deusa da feminilidade e da vida e nascimento.
Segundo a mitologia Maia, a Primeira Era começou com a criação da Terra, e sua população de vegetação e animais. Mas, os animais eram desproporcionais e foram dizimados. Na Segunda e Terceira Era os deuses criaram os seres do barro e eles habitavam a terra e o mar, mas também precisaram ser destruídos. Na atual e Quarta Era, a Era Final, os deuses criaram o ser humano atual, na Era dos Terremotos e das Guerras. Será que essas Eras se referem à mudanças evolutivas? E se forem, o que poderá ocorrer na mudança dessa Era, que termina em 21 de Dezembro de 2012?